segunda-feira, 9 de abril de 2012

O que esperar do V Congresso?

Em texto recente, teci comentários sobre o esforço dos publicitários e agências para realizar o 1º o 2º, o 3º e o 4º Congressos Brasileiros de Publicidade, e de como os ótimos resultados desses eventos - Lei 4.680, o Código de Ética dos Profissionais de Propaganda, as Normas Padrão para o Funcionamento das Agências de Publicidade, a valorização do ensino da propaganda e marketing, o incremento das pesquisas e estudos mercadológicos de Ibope, Marplan e outros institutos especializados, a criação do IVC, do Conar e outros instrumentos técnicos e legais - colaboraram para o desenvolvimento das agências e da valorização dos seus profissionais, colocando nossa atividade no topo de uma pirâmide onde só participam as mais talentosas e criativas propagandas de todo o mundo.
Tudo isso só foi possível porque os Congressos, principalmente os primeiros, tinham como objetivo principal implementar definitivamente a atividade da propaganda no Brasil, e o fizeram, com muito sucesso, tanto que atualmente a atividade produz, em todo o território nacional, propaganda com a mesma qualidade de qualquer centro do chamado primeiro mundo. É justo que também se diga que o sucesso se deve, inclusive, ao trabalho incansável da Fenapro e dos Sinapros com o apoio da Abap e seus capítulos. Essas entidades do setor nunca descuidaram do compromisso de valorizar regionalmente as agências e a propaganda como um todo.
E vem aí o próximo Congresso, para tratar de temas nunca antes discutidos, ou pouco discutidos. Entre eles a internacionalização das nossas empresas, e o que fazer para colocar nosso talento e competência nos mercados internacionais; crescimento econômico, o desenvolvimento humano e seus entraves, como burocracia, corrupção etc; personificação da comunicação através da tecnologia; a sustentabilidade - como e onde aplicar adequadamente esse termo tão em moda; a fragmentação da mídia e redefinição da mesma, em função das novas alternativas que aparecem a todo instante; o futuro da profissão: como as principais escolas mundiais estão preparando os futuros profissionais, a opinião de professores das escolas globais de comunicação, o estágio atual da educação no Brasil , etc etc...
Voltando ao início do nosso texto, o que esperar do Congresso, eu gostaria de comentar apenas uma das comissões, a de nº 1, O Futuro da Profissão, porque com ela eu tenho mais afinidade, uma vez que é onde dedico o maior volume de atuação de minha vida profissional nos últimos 20 anos. Não me canso de “vender” para os estudantes em faculdades de todo o Brasil o quanto é importante chegar no mercado de trabalho minimamente preparados para entender o que esse exigente mercado vai lhes cobrar amanhã. E por que devem assumir, desde já, responsabilidades com a ética, com o respeito ao ofício que escolheram, e a ter consciência de que para dar certo em propaganda, é fundamental ser profissional em tempo integral, “fulltimemente” , como costumo dizer, para me expressar de uma forma mais coloquial.
Espero que neste painel seja possível tratar o tema "futuro da profissão", levando em conta alguns dos aspectos citados acima, porque, de uma forma ou de outra, eles expressam as necessidades e os anseios de quem está hoje num banco da escola se preparando para entrar na propaganda.
Por outro lado, tomo a liberdade de lembrar, ainda que pareça quixotesco de minha parte, que nós, os profissionais que atuamos no setor, não devemos esquecer que ontem também estivemos naquele banco de escola, sonhando com uma oportunidade de entrar no mercado, e por isso temos como dever de ofício colaborar com a formação de nossos jovens.

E nós sabemos melhor do que ninguém como fazer isso.

Publicado no jornal Propaganda & Marketing 9 de abril de 2012