O termo sustentabilidade está cada
vez mais em moda no dia a dia das pessoas e em todos os segmentos da
sociedade brasileira. Qualquer coisa é sustentabilidade pra lá,
sustentabilidade pra cá... E tome sustentabilidade para tudo.
Então
vamos aproveitar para ampliar um pouco mais o uso do vocábulo, fazendo uma
comparação entre o que está acontecendo com as madeiras de lei e a
publicidade.
Falando
em termos de equilíbrio ecológico, por exemplo, é de lamentar -
profundamente lamentável mesmo - a constatação de que nossas chamadas
madeiras de lei como jacarandá, cedro, peroba, marfim, mogno e até o pinho
que era produzido em larga escala no sul do país parecem estar
praticamente com os dias contados, porque não vemos o seu replantio. É
claro que há exceções, mas a maior parte do reflorestamento de que se tem
noticia, está acontecendo com espécies sem o mesmo valor e nobreza dessas
espécies em extinção.
Trazendo
esse exemplo para a nossa atividade, a publicidade, é da mesma forma
triste, muito triste, a conclusão a que se chega de que não houve
renovação dos nossos “homens de lei”, de grandes profissionais como
Armando D’Almeida, Caio Domingues, Renato Castelo Branco e tantos outros
que, comparados ao jacarandá,
cedro, peroba, mogno e outros, eram os nossos “paus pra toda obra”, sempre
tomando posições em defesa da atividade fazendo-a respeitada em todos os
nichos da sociedade, porque
não permitiam que certos pilantras fizessem uso dela para
enriquecimento ilícito. Porque cobravam o preço justo pelo seu trabalho.
Porque não abriam mão da ética, da dignidade, do respeito ao ofício de
publicitário e do
profissionalismo que regia suas vidas e a própria
atividade.
Lamentavelmente isso é tudo o que não vemos nos nossos dias atuais.
É claro
que existem grandes profissionais que não concordam com o desmanche que
está sendo promovido por alguns empresários da publicidade que, a exemplo de madeireiros sem
caráter e sem respeito, só enxergaram o lucro imediato e dizimaram com as
nossas florestas.
Mas
ainda há tempo de reparar as falhas e corrigir a rota do nosso negócio. É
uma questão de refletir sobre o que estamos fazendo pela sobrevivência de
nossa atividade.
Porque
não podemos permitir que ela
seja dizimada.
(Publicado em Propaganda & Marketing em
21.01.13)