sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Propaganda: o caminho das pedras


Nesta terça-feira, 30/10, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, precedido de uma palestra sobre o futuro da propaganda, será lançado meu livro "Propaganda: o caminho das pedras".
Apareçam por lá!



Livro: "Propaganda: O Caminho das Pedras"
Autor: Humberto Mendes
Editora: nVersos (veja site aqui)
Páginas: 188
Preço: R$ 39,00


A arte de criar gafanhotos

Entrevista publicada em "Jornalirismo - Propaganda"


O publicitário Humberto Mendes está lançando o livro "Propaganda: O Caminho das Pedras" (Editora nVersos, 188 páginas, R$ 39,00). Como o título sugere, é uma tentativa de indicar bom caminho, de orientar, tanto técnica quanto eticamente, os jovens interessados em ingressar e evoluir na profissão de publicitário. 
Esses jovens o autor os chama de gafanhotos, como o Mestre Po, uma das personagens da série "Kung Fu", sucesso dos anos 1970, chamava seu pupilo, o monge Shaolin Kwai Chang Caine, vivido pelo ator David Carradine. 
Bagagem para ensinar a arte do ofício o autor tem de sobra: são mais de 50 anos de dedicação à propaganda. Humberto viveu a revolução criativa na propaganda brasileira, a partir do fim dos anos de 1950. Já atuou tanto em agências de propaganda quanto em veículos. Desde 2002, o publicitário é vice-presidente executivo da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), uma das principais entidades nacionais de classe. 
Em "Propaganda: O Caminho das Pedras", o autor aproveita sua experiência e faz uma retrospectiva da atividade publicitária no país, ao longo das décadas, compartilha lições de grandes mestres, como as de David Ogilvy, e muito do que aprendeu, na prática. A orelha do livro é do publicitário e jornalista Juvenal Azevedo, amigo de longa data do autor. "Um caminho que ambos percorremos embaixo de sacrifício e muita porrada para aprender em mais de 50 anos", recorda Humberto. 
Com palestra do autor, o lançamento de "Propaganda: O Caminho das Pedras" será no dia 30 de outubro, às 19h30, na Livraria Cultura do Bourbon Shopping, na rua Turiassu, 2.100, região oeste de São Paulo. 
Leia agora pequena entrevista com o publicitário: 
Jornalirismo — A propaganda é uma profissão que vale a pena? 
Humberto Mendes — Vale muito, porque nela aprendemos a dar valor a tantas coisas que nem imaginávamos que existissem, como liberdade de expressão comercial e de como, fazendo uso dessa liberdade, podemos indicar os melhores caminhos para as pessoas fazerem suas escolhas livremente. E isso vale para produtos, serviços e ideias. Vale para tudo. Vale a pena, porque não existe maior gerador de progresso e desenvolvimento do que a propaganda bem elaborada através de agências independentes, sem a influência de house agency [agência gerida pelo próprio anunciante], bureau de mídia [que cuida exclusivamente da compra de espaços publicitários, atividade que cabe, no Brasil, às agências de propaganda], mesas de compras [departamentos criados nas empresas anunciantes para realizar compras conjuntas de insumos e serviços, incluindo compras de trabalhos criativos, como filmes publicitários, muitas vezes baseadas fortemente em preço] e outras excrescências que alguns estão engendrando. Mas o que é bom nisso é que os anunciantes têm cada vez mais consciência disso, pois entendem definitivamente que, de todos os insumos que ele contrata e usa para encher os canais, desovar seus produtos para o consumidor e ampliar o valor de suas marcas, a propaganda é o mais importante e econômico deles. 
Jornalirismo — Como é que se torna um bom profissional de propaganda? O que é preciso fazer? 
Humberto Mendes — Ter, acima de tudo, humildade para dizer que não sabe e querer aprender. Como dizia Sócrates, não aquele do Corinthians, mas o outro [filósofo da Grécia], o maior erro que alguém pode cometer é pensar que sabe aquilo que não sabe. Entendo que é preciso ser perseverante, disciplinado, não colocar seu ego em primeiro lugar e ter consciência de que propaganda é tudo que a pessoa mais quer fazer na vida, entendendo com isso, que, se for montar uma agência sem a intenção de fazer um trabalho ético, sério e honesto, é melhor desistir e montar um negócio de exploração de lenocínio. Resumindo, todo aquele que quiser vencer na vida, trabalhando em propaganda, precisa ser profissional em tempo integral, "fultimemente" como o foram Caio Domingues, Renato Castelo Branco, Armando D'Almeida, Gerard Wilda e tantos outros que construíram essa grande avenida por onde caminhamos hoje. 
Jornalirismo — De tudo o que a vida te ensinou como profissional de propaganda, o que foi mais importante? 
Humberto Mendes — A profissão me ensinou que é preciso ter consciência de que temos de passar, para os mais os novos, todas aquelas boas coisas que aprendemos. Me ensinou que é possível fazer esse trabalho em alguns minutos, mesmo que tenhamos levado meio século e muita porrada para aprender. A vida me ensinou que são vocês, os mais novos, que vão tocar as coisas amanhã. A humanidade é uma só. Não existe preto, branco, amarelo, vermelho, é tudo ser humano e ninguém é melhor do que o outro.