quarta-feira, 28 de março de 2012

Publicidade infantil, o que é isso?

Estamos em 15 de março de 2012, e muito se fala atualmente sobre responsabilidade pelos "males" da chamada publicidade infantil.
Claro que somos todos responsáveis. Mas até onde vai nossa responsabilidade? Como publicitário, entendo que temos que ser responsáveis, primeiro por acabar com essa ingenuidade de tratar esse assunto como publicidade infantil, porque não existe publicidade infantil, como não existe publicidade adolescente, publicidade adulta, publicidade geriátrica etc. O que existe é publicidade, uma arte elaborada geralmente por pessoas adultas, com a intenção precípua de atingir, como neste caso, mães, pais, padrinhos, madrinhas, tios, avós etc. Esse sim, é o publico alvo. O consumidor de publicidade. Porque são eles e elas que compram os brinquedos, alimentos, roupas, guloseimas e tudo o que é consumido pela criança.
Definitivamente, criança não não produz e não consome publicidade.
Então, voltando ao assunto, precisamos entender - e entendemos - que a responsabilidade por educar nossas crianças é de mães, pais e da família como um todo, enquanto que a de ensinar a ler, escrever e contar é tarefa da escola.
Virou moda em nosso país atribuir a culpa de tudo à publicidade quando a grande culpada pelos desvios de conduta da nossa população de todas as idades é a fraca educação que recebemos em nossas escolas, por falta de incentivo do Estado, desde o tempo da capitanias hereditárias. Pergunto ao amigo leitor, um adulto que estudou ontem: na sua escola alguém deu aulas e orientou sobre os males da maconha, da bebida, do cigarro, da mentira, da inveja, do ódio, da vingança da preguiça, do medo, da gula e tantos outros que assolam a nossa população de todas as idades? Tenho receio de que temas dessa importância ainda não façam parte das grades curriculares do ensino, porque poucos têm coragem de abordar o assunto.
Só como um lembrete: na antiga União Soviética, por pura hipocrisia de seus burocratas, era proibido fazer anúncios de bebidas alcoólicas, no entanto, não era obrigatório ensinar e orientar, nas escolas de todos os níveis, sobre os males desses vícios que geralmente começam cedo. Isso porque o Estado jamais concordou em abrir mão das polpudas somas de impostos arrecadados em cada gole de vodka. Todos sabemos que os russos sempre beberam, e bebem muito. O que prova que proibir a publicidade por lá não adiantou, e prova também que proibir, na maioria dos casos, é pura hipocrisia, e é também a melhor forma de esconder as falhas do Estado embaixo do tapete.
E assim, morrendo de preocuopação eu pergunto: será que não estamos enveredando pelo mesmo caminho?

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