quinta-feira, 22 de março de 2018

Cuidado, o mercado castiga!


Essa é uma pequena história de fracasso e sucesso.
Eram duas agências de publicidade. A colaboração de ambas para a história da propaganda brasileira poderia ter sido mais alegre, mais útil e mais colaborativa, enfim, mais aproveitável para o próprio desenvolvimento da atividade. Mas, infelizmente tivemos nessa pequena história a tristeza de ver que apenas uma daquelas empresas envolvidas sobreviveria. E foi assim que aconteceu.
Quando começou a derrocada de valores em várias atividades dos negócios no Brasil (e não faz muito tempo), a publicidade não ficou de fora da sanha avassaladora daqueles que nos impuseram essa derrocada, definindo preços, prazos e maus costumes nunca vistos na nossa atividade. A ação nefasta desses criminosos serviu para juntar, como um princípio básico de negócios, esse triunvirato maldito: “pago quanto quiser, pago como quiser e pago quando quiser. E assim, reduzo custos e até paro de pagar criação, planejamento, atendimento e outros serviços que posso negociar diretamente com veículos e com quaisquer fornecedores…”
Seguindo à risca e aceitando como o mais correto, essa nova prática de canibalismo ou autofagia, uma das agências aceitou tais exigências, primeiro se desligando do seu bom Sindicato e das demais entidades do setor, para poder fazer o que bem entendesse. Com o preço lá embaixo, conquistou várias contas e, vivendo um verdadeiro sonho de uma noite de verão, nem percebeu que foi reduzindo seus ganhos, contratando profissionais de qualidade inferior e prestando serviços cada vez piores.
Mas o mercado castiga e quando este entrou num processo de recuperação, era tarde demais para agência que perdeu competência técnica, perdeu o costume de trabalhar sério e perdeu tudo, porque ouviu o canto da sereia.
A outra agência da história, manteve sua dignidade, prestando serviços de qualidade seguindo princípios éticos, morais e profissionais, cobrando um preço justo por seu trabalho. Fez tudo como os bons princípios recomendam…e sobreviveu.
Porque o mercado castiga quem faz o contrário.
Texto publicado originalmente no site sinaprobahia.com.br em 15/03/2018.

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