quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Síndrome da generalização

Acho que somos os campeões mundiais da generalização. Basta ver a quantidade de injustiças que cometemos com pessoas, empresas, produtos etc.  Em matéria de alimentação, por exemplo, alguém disse que chocolate engorda, que provoca erupção de pele e todo mundo assumiu isso como uma verdade universal e agora ninguém consegue desfazer o mal feito, e quem perde com isso é o país que tem um baixíssimo consumo de um produto essencial. Na política, alguém disse que político é tudo corrupto, é claro que por culpa de alguns.  Todos sabemos que não é bem assim, mas o que sai da boca do povo é que "não dá mais para acreditar nos políticos." Na religião, apareceram alguns padres pedófilos, mas certas pessoas entendem que todos os padres são pedófilos. E os pastores? Só porque alguns usam o dízimo dos seus inocentes fiéis para comprar fazendas, mansões e construir nababescos  patrimônios pessoais, não se pode afirmar que todos os pastores sejam ladrões  e que precisam “ser expulsos do templo”.
E por aí vai; uma dia alguém disse que o general Charles De Gaule teria afirmado: "efectivement le Brésil, n'est pa une nation serieuse", ou seja: efetivamente o Brasil não é uma nação séria. Em pouco tempo, virou  unanimidade os idiotas de sempre citarem  essa frase como sendo do grande estadista francês Chales De Gaule.  Ainda bem que toda unanimidade é burra, como dizia Nelson Rodrigues.  

A síndrome da generalização atingiu também o segmento da publicidade: meia dúzia de três ou quatro, cujos nomes são mais do que conhecidos, usaram e abusaram do setor, em função de seus interesses espúrios. No momento em que escrevo este texto, eles ainda não foram  punidos, mas  virou moda pessoas de todas as classes sociais - a começar por ministros, juizes, senadores, deputados, professores,  jornalistas e outros - acusarem gratuitamente a publicidade de  corruptora, corruptível e carente de seriedade.

Trabalho nessa atividade há muitos anos e tenho orgulho do que faço,  porque temos normas, temos um código de ética que nos orienta desde o início, e primamos por trabalhar dentro desses princípios, intrínsecos de todos os segmentos que se dão ao respeito.

Vamos parar de generalizar?

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