Acho que somos os campeões mundiais da generalização.
Basta ver a quantidade de injustiças que cometemos com pessoas, empresas,
produtos etc. Em matéria de alimentação, por exemplo, alguém
disse que chocolate engorda, que provoca erupção de pele e todo mundo assumiu
isso como uma verdade universal e agora ninguém consegue desfazer o mal feito, e
quem perde com isso é o país que tem um baixíssimo consumo de um produto
essencial. Na política, alguém disse que político é tudo corrupto, é claro que
por culpa de alguns. Todos sabemos
que não é bem assim, mas o que sai da boca do povo é que "não dá mais
para acreditar nos políticos." Na religião, apareceram alguns padres pedófilos, mas certas pessoas entendem que
todos os padres são pedófilos. E os pastores? Só porque alguns usam o dízimo dos
seus inocentes fiéis para comprar fazendas, mansões e construir
nababescos patrimônios pessoais,
não se pode afirmar que todos os pastores sejam ladrões e que precisam “ser expulsos do
templo”.
E por aí vai; uma dia alguém disse que o general Charles
De Gaule teria afirmado: "efectivement le Brésil, n'est pa une nation serieuse",
ou seja: efetivamente o Brasil não é uma nação séria. Em pouco tempo,
virou unanimidade os idiotas
de sempre citarem essa frase como
sendo do grande estadista francês Chales De Gaule. Ainda bem que toda
unanimidade é burra, como dizia Nelson Rodrigues.
A síndrome da generalização atingiu também o segmento da
publicidade: meia dúzia de três ou quatro, cujos nomes são mais do que
conhecidos, usaram e abusaram do setor, em função de seus interesses
espúrios. No momento em que escrevo este texto, eles ainda não foram
punidos, mas virou moda pessoas de
todas as classes sociais - a começar por ministros, juizes, senadores, deputados,
professores, jornalistas e outros -
acusarem gratuitamente a publicidade de corruptora, corruptível e carente de
seriedade.
Trabalho nessa atividade há muitos anos e tenho orgulho
do que faço, porque temos
normas, temos um código de ética que nos orienta desde o início, e primamos por
trabalhar dentro desses princípios, intrínsecos de todos os segmentos que
se dão ao respeito.
Vamos parar de generalizar?
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