Em 2001, um certo deputado
do Paraná resolveu abrir suas
baterias contra a propaganda de brinquedos e assemelhados. Na sua
estapafúrdia justificativa, S. Excia. declarava abertamente que tinha um
filho de 11 anos e que no dia em que não davam alguma coisa que ele quisesse,
fosse um brinquedo, um sorvete, o menino virava a casa pelo avesso,
ameaçava arrebentar tudo e que a culpa disso era unicamente da propaganda,
que envolvia com seus tentáculos as nossas criancinhas inocentes.
Naquela ocasião, o
Propaganda & Marketing publicou um artigo nosso em que alertávamos o
nobre deputado para o seguinte: o que será que o menino está aprendendo na
Escola ou mesmo em casa? Será que está aprendendo a ser ou está aprendendo apenas e tão somente a
ter?
Lembrávamos também a S.
Excia. que as indústrias de brinquedos e guloseimas eram responsáveis pela geração de milhões de
empregos, escola, saúde, segurança e vida para uma imensa população de brasileiros e
que isso só era possível porque tudo o que ela produzia era consumido, e
que a propaganda tinha uma grande responsabilidade em tudo isso, sem
contar que, na própria
atividade formada por agências, veículos e fornecedores, milhares e
milhares de famílias tinham suas vidas asseguradas. Mas iámos um pouco
mais longe, ao lembrar a S.Excia. e outros deputados que se eles achavam que
consumo de brinquedos, doces, sorvetes e outras guloseimas era tão nefasto à saúde e bem-estar de
nossa tão desprotegida população, por que não criavam projetos proibindo a
fabricação? Porque, se é legal fabricar, deve ser legal anunciar.
Agora, 12 anos depois, o
projeto de nº 5921 de 2001 do Sr. Deputado volta a tramitar em
Brasília em busca de aprovação. Também aquele filho de S. Excia que,
na época, estava com 11 anos hoje está com 23 ,e por isso, vamos torcer e
rezar para que ele tenha conseguido aprender a ser.
Humberto Mendes
Um velho publicitário que
pede respeito para o seu ofício
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