sexta-feira, 4 de março de 2011

Governo Federal: menos verbas, mais problemas

Para os mercados menores, se as verbas públicas de publicidade forem reduzidas, não só as agências e veículos são sofrer com os cortes, mas principalmente vamos ter que enfrentar uma enorme redução de possibilidade de trabalho, o emprego para aqueles jovens que chegam ao mercado anualmente, desovados aos borbotões pelas muitas faculdades de comunicação espalhadas por todo o país. Vai ser uma pena.

A redução das verbas de comunicação do Governo Federal para patamares iguais ou até inferiores àqueles do ano de 2002, somada à indefinição na escolha de agências para atender, por exemplo, contas como a dos Correios e outras, são fatores que estão preocupando as agências de propaganda e que certamente vão refletir negativamente na vida de muitas delas e de seus profissionais.
Em primeiro lugar, as agências de propaganda, os veículos e os fornecedores do setor, mesmo com menos verbas, vão continuar pagando folha de salário, os mesmos valores de aluguel e outros custos, além dos mesmos percentuais da alta carga tributária. É evidente que não vamos ter reduções desses custos na mesma proporção da redução de verbas, como também não queremos demitir pessoas, pois temos consciência de que isso só pode servir para engrossar ainda mais a legião de desempregados que já temos hoje, isso para falar apenas dos que estão trabalhando.
Em segundo lugar, jovens profissionais, que, aos milhares, são “desovados” anualmente no mercado de trabalho pelas nossas faculdades e escolas de comunicação, principalmente em mercados de menor potencial econômico como os do Nordeste, do Norte e de outras regiões com o mesmo tipo de problema: poucas verbas de governo, além da acachapante falta de anunciantes da iniciativa privada.
Ora, considerando que os governos representam, juntos, para muitos mercados do Brasil, o maior investimento em comunicação, a redução anunciada dos investimentos feitos pelo Governo Federal certamente vai impossibilitar a todos nós, agências, veículos e fornecedores, de atender, à altura, as expectativas desses milhares de jovens profissionais que chegam ao mercado todos os anos em número cada vez maior e ávidos por uma oportunidade de trabalho em nossas empresas.
O que fazer? Precisamos nos preparar para enfrentar situações como essa que já podemos prenunciar para 2008.

Publicada no Jornal do Commercio, Recife-PE em 02/01/2008

Nenhum comentário: