quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O que o cliente espera da agência

“Ganharam os prêmios e perderam o emprego, perderam a conta, perderam tudo, porque não entenderam que, entre o verdadeiro profissionalismo de uma agência e o amadorismo de muitos, existe uma distância muito grande.”

Como dizia o grande mestre da propaganda brasileira Caio Aurélio Domingues, formador da maioria dos publicitários mais famosos deste país, “Ganhar prêmios chega a ser divertido, é gratificante mesmo, mas temos de levar em conta que propaganda é um negócio de resultados concretos para o Cliente...”.
Fora disso, a maioria das chamadas “sacadas geniais e criativescas” que vemos por aí não passa de sonhos de uma noite de verão. Eu mesmo já vi campanhas premiadas, premiadíssimas, que por não alcançarem os resultados prometidos e esperados, custaram a cabeça do diretor de Marketing, do gerente de Propaganda e de outros que as aprovaram no cliente. Sem contar que, em consequência disso, a agência também foi dispensada. Um verdadeiro desastre com vários culpados. E, aí, o nosso leitor há de perguntar: por que acontecem semelhantes absurdos?
Houve um caso, não vou citar nomes aqui, em que fomos a campo procurar conhecer os motivos que geraram essas mesmas consequências.
E é com base nesse caso que coloco aqui uma simples resposta.
Disse um diretor que entrevistamos na empresa: “os nossos profissionais e os da agência não atinaram para a necessidade que a propaganda deveria ajudar a resolver. Não entenderam por que a empresa estava investindo naquela campanha. Faltaram com o devido respeito ao dinheiro do cliente, nosso dinheiro, e - todo mundo sabe - dinheiro não aceita desaforo”.
Pasme, amigo leitor, mas o objetivo de todos eles, infelizmente, era um só: ganhar prêmios, do tipo “os melhores disso”, “os melhores daquilo”...
Ganharam os prêmios e perderam o emprego, perderam a conta, perderam tudo, porque não entenderam que, entre o verdadeiro profissionalismo e o amadorismo, existe uma distância muito grande.
Sem nenhuma cabotinice, peço a vocês que aceitem esta humilde colaboração. E não perguntem como é que eu sei essas coisas, pois estou aprendendo há mais de 50 anos.

(Publicado em 05/09/2007 - Jornal do Commercio).

Nenhum comentário: