quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Regionalização da propaganda: quem tem medo disso?

Lamentavelmente, para algumas pessoas que trabalham em propaganda e mesmo em anunciantes, falar em regionalização da propaganda de governo ou da iniciativa privada soa como alguma coisa proibida, como se fosse um tabu, um bicho venenoso no qual não se deve mexer, e essas pessoas, por pura miopia profissional, há muito tempo pensam que as agências de quaisquer partes do território nacional têm a absurda pretensão de querer fazer valer ideias anacrônicas como essa, por exemplo: "se a extração de petróleo acontece em grande parte no litoral da Bahia ou de Sergipe, a publicidade da grande empresa estatal deve ser entregue com exclusidade a uma agência de publicidade de um dos dois Estados..."

Não é nada disso, amigo leitor.

Quando a Fenapro adotou a bandeira da Regionalização da Propaganda, o fez com base em algumas das melhores intenções: a primeira delas era a de aumentar a participação da entidade junto aos Sindicatos e ao trade da propaganda em todo o território nacional e nisso obteve um grande sucesso, pois em dois anos ja foram realizados reuniões, seminários e workshops na maioria dos estados brasileiros, levando para esses mercados a experiência dos maiores centros, como São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, além de mercados internacionais. Enfim, conhecimento capaz de acrescentar mais know-how em planejamento, criação, mídia, atendimento, pesquisa, legislação, gestão de agências, licitações e outros trabalhos, sem os quais ninguém pode oferecer um serviço de comunicação de alta qualidade. Fizemos um acordo com a ABA - Associação Brasileira de Anunciantes, que suscitou a criação de um guia para seleção de agências de propaganda, um trabalho que visa, primordialmente, ao aprimoramento das relações entre agência e anunciante. Com a mesma ABA, a Fenapro realizou, em outubro de 2009, o 1º Fórum Mercados Brasileiros, para discutir importantes questões em torno da regionalização da propaganda, um tema do maior interesse, não só das agências, mas também - e principalmente - dos anunciantes, quem veem no desenvolvimento regional dos mercados a grande alternativa de crescimento de suas vendas e de valorização de suas marcas.

Em síntese, regionalização é isso, pois na Fenapro e nos Sindicatos de Agências de Propaganda de todo o Brasil, todos acreditamos que só com o aprimoramento das empresas e de seus profissionais, poderemos oferecer uma comunicação da mais alta qualidade neste terceiro milênio. Em qualquer parte do território nacional.

Publicado originalmente no Correio Braziliense, dez/2009.

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